terça-feira, 19 de novembro de 2013

Contradições


Hoje fui surpreendido por um Moçambicano, mais branco do que eu, que, impedindo a minha entrada numa pastelaria de Maputo, me acusava de ter estacionado mal o meu carro! Depois de me chamar os nomes que lhe vieram à cabeça e de eu ter chamado a segurança para o tirar do meu caminho, me acusou deste país estar uma “merda” e a culpa disso ser minha e das pessoas como eu (o mais grave dos males deste país são os carros mal estacionados, não é a fome!). Provavelmente serei mais Africano do que ele, pelo sotaque e o aspecto do Sr. foi daqueles que se pirou quando as coisas foram efectivamente difíceis para os seus irmãos e agora voltou com o Rei na barriga a acenar a sua nacionalidade Moçambicana! Sou trabalhador estrangeiro, expatriado o que me quiserem chamar, e se há coisa que me enerva são os falsos patriotas, os falsos filantropos, os falsos beneméritos, os defensores das causas dos outros por interesse próprio e egoísta, aqueles que são da Frelimo e da Renamo quando dá jeito, os que não se definem, os que apregoam uma vontade enorme de ajudar os coitadinhos para depois os tratarem como animais, os que vivem uma vida de borga mas se apresentam como embaixadores da moral. São todos muita bons!
Já lhe chamaram racismo e xenofobia, com pensadores e filósofos a dissertarem barbaridades que deram origem a situações de guerra com resultados dramáticos para a humanidade, como o Sr.  Conde de Gobineau no Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas.
Existem diferenças significativas nas raças, disso não tenho qualquer dúvida! mas são diferenças de cultura, diferenças de criação e até de oportunidades. O problema está quando achamos que a culpa dessas desigualdades é dos outros e não nossas, que estamos mal por conta do que os outros povos nos fizeram e não do que fizemos ao nosso próprio povo. 

Não me revolto nem sou revoltado, apenas e de momento, triste.




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