sábado, 23 de junho de 2012

Com eles, ou afinal, contra eles? Ou ainda, por eles?

Portugal tornou-se numa metrópole completamente europeizada pelas constantes e aceleradas mutações que sofremos nos últimos anos, desde o chouriço caseiro, que a ASAE apressou a condenar, até aos impostos estapafúrdios que tivemos que pagar por anos sem fim, resultando no “regabofe” que assistimos agora. A verdade é que tudo isso aconteceu com o nosso adormecido e inconsciente conhecimento e autorização, e não deixou de moldar as nossas mentes e o nosso comportamento como seres sociais.

Quando se assiste em Moçambique à vinda de tantos europeus com a sua forma, no mínimo peculiar de viver em sociedade, é inevitável a construção de um Estado Africano moldado e alterado, onde se perde a cultura, os princípios e os valores que estiveram na sua génese.

Os tumultos da guerra já passaram e uma nova forma de vida se avizinha para os Moçambicanos, isto é uma realidade que assisto todos os dias sempre que vejo um moçambicano embrenhado com dois ou três telemóveis de última geração e com um Ipad numa qualquer esplanada de Maputo. Mas é isto que queremos verdadeiramente para Moçambique? Um país com várias metrópoles à imagem europeia? Não julgo que seja muito positivo porque estamos a transpor uma realidade que não é mais que uma cópia do que levou a Europa ao declínio.

Os princípios e os valores culturais de um povo são o que o identificam como nação, sendo que uma nação não é mais que um conjunto de vontades e de culturas que convivem amigavelmente por um território que se chama Estado.

Nunca perdemos o sentido de nação em Portugal, alias bem presente no sentir dos Portugueses que, quando distantes da sua terra, ovem o hino nacional o sentem de uma forma mais intensa que nunca, evidenciado com os jogos de futebol que assisto como nunca tinha assistido em Portugal! O que perdemos foi o discernimento para permitir que nos assaltem de forma descarada com uma qualquer desculpa de um Estado superior chamado europa.

Moçambique pode ser muito mais que isso, pode ser um local onde a liberdade e a igualdade, aliada a um fraterno sentir por todos, conduza a um local onde todos os que tiverem como objectivo a construção de uma nação soberana e que faz valer o interesse do seu povo, prevaleça como um desígnio para todos, mesmo para os estrangeiros, como nós, que tenham como prioridade contribuir para um desenvolvimento sustentado e assente em princípios de humanidade, possam um dia sentir que contribuíram para o desenvolvimento de um povo, e não para a sua demudança em algo que não é genuíno.

Até já! Hoje é sábado mas não podia deixar-vos sem mais uma reflexão!

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